Metamorfoses Históricas: História, livros, músicas, cinema e motos!

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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Lei de Murphy: made in Brazil!!!

Procurando sempre se acha alguma coisa e neste caso, encontrei esta informação que compartilho mais por curiosidade sobre a origem das Leis de Murphy, que em muitas situações acabamos nos encaixando. E lembre-se: "Você sempre encontra aquilo que não está procurando."

O pai da Lei de Murphy

Saiba como o engenheiro espacial norte-americano Edward Murphy, com a ajuda de um coronel baiano, inspirou a 'lei' tão invocada pelos mais pessimistas (ou mais realistas)

30/1/2012

Murphy arretado
Invocamos a “Lei de Murphy” quando queremos dizer que o erro venceu todas as outras probabilidades. O que nem todos sabem é que seu pai, o engenheiro espacial norte-americano Edward Murphy, estava, na verdade, respondendo a um questionamento do médico e coronel da Força Aérea americana John Paul Sapp, nascido, vejam só, na Bahia. O militar era um estudioso dos efeitos da aceleração sobre o corpo humano, e a tal “lei” nasceu por conta de uma das suas experiências, em 1949. Naquela ocasião, Stapp bateu o recorde mundial de aceleração – mas não pôde registrar o fato. Os instrumentos de medição de velocidade do veículo não funcionaram. Após uma investigação a pedido do coronel, Murphy concluiu que um técnico ligou os instrumentos ao contrário. E anotou: “Se há mais de uma forma de fazer um trabalho e uma dessas formas redundará em desastre, então alguém fará o trabalho dessa forma”. Stapp, brincalhão e colecionador de frases de efeito, fez a declaração para a imprensa: “Se alguma coisa pode dar errado, dará”. E nascia assim, da boca de um soteropolitano nato, a Lei de Murphy.

Fonte: http://www.revistadehistoria.com.br/secao/almanaque/almanaque-janeiro-2012-1

Alguns exemplos das Lei de Murphy: 

1. Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.

2. Um atalho é sempre a distância mais longa entre dois pontos.

3. Nada é tão fácil quanto parece, nem tão difícil quanto a explicação do manual.

4. Tudo leva mais tempo do que todo o tempo que você tem disponível.

5. Se há possibilidade de várias coisas darem errado, todas darão - ou a que causar mais prejuízo.

6. Se você perceber que uma coisa pode dar errada de 4 maneiras e conseguir driblá-las, uma quinta surgirá do nada.

7. Seja qual for o resultado, haverá sempre alguém para: a) interpretá-lo mal. b) falsificá-lo. c) dizer que já o tinha previsto em seu último relatório.

8. Quando um trabalho é mal feito, qualquer tentativa de melhorá-lo piora.

9. Acontecimentos infelizes sempre ocorrem em série.

10. Toda vez que se menciona alguma coisa: se é bom, acaba; se é ruim, acontece.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Vídeo games mais estranhos!

Listas são sempre coisas complicadas de se fazer, mas esta seleção dos jogos de video game mais estranhos de todos os tempos considerei muito interessante, em especial pelos vídeos. Vale a pena dar uma olhada e se você tiver alguma sugestão estaremos inserindo sua escolha aqui no blog. 


Os jogos de video game mais estranhos de todos os tempos

by Ryan Smith, 26/01/2012  
Catherine

Na maioria das vezes, os jogadores sabem no que estão se metendo quando compram um jogo - normalmente é alguma variação dos seguintes temas: tiroteios, enigmas ou esportes - mas há momentos em jogos estranhos como "Catherine" são lançados no mercado e fazem um sucesso surpreendente.
 Em Atlus, uma nova aventura erótica ou de suspense – dependendo do ponto de vitsa -, você controla um cara aparentemente normal, chamado Vincent, e deve desenvolver seu relacionamento em um triângulo amoroso com duas moças e fazê-lo escapar de sonhos bizarros, que muitas vezes envolvem coisas aleatórias, como bebês e motoserras. No minímo estranho, não?!
Mas antes da coroar o jogo "Catherine" com o título de game mais estranho do mundo, fizemos uma lista de alguns video games mais nada a ver, bizarros ou simplesmente loucos de todos os tempos.

Revolution X (1994)

Arcade, SNES, Saga Gêneses e Saturno, PlayStation
Para o bem ou para o mal, o Aerosmith limparam suas fichas, mudaram a imagem da banda e durante os anos 90 se tornaram tema de um parque de diversão – além disso, escreveram baladas e trilhas sonoras para o filmes cafonas, gravaram vídeos estrelados por Alicia Silverstone quando ela ainda era adolescente, e não esqueçamos, Steven Tyler e a tripulação também estrelaram um jogo de tiro chamado "Revolution X", da Midway, e  em seguida se tornaram os protagonistas do popular "T2:. The Arcade Game"
O enredo do "Revolution X" soava como algo escrito por alguém de 14 anos de idade, sob forte  efeito de excesso de cafeína. No game, você duela com um governo corrupto e corporativo, que é liderado pelo Chefe Mistress Helga. Seu exército, o New Order Nation , declarou guerra à cultura jovem e proibiu todas as formas de música, televisão, revistas e jogos de vídeo e rematei-o como pelo sequestro dos membros do Aerosmith, durante um de seus concertos. Aí começa a confusão...
O jogo contou com uma arma periférica, mas não dispara balas propriamente ditas. Em vez disso, você corre pela floresta amazônica e suas armas são, literalmente, CDs e laserdiscs. Com esses instrumentos, você precisa combater bandidos enquanto tenta resgatar seus reféns, a maioria do sexo feminino e semi-nuas e, eventualmente, algum integrante do Aerosmith. Felizmente, o jogo não causou nenhuma seqüela na banda e caiu no esquecimento (pelo menos para as pessoas com bom gosto para games).

Seaman (1999)

Saga Dreamcast
Você sempre sonhou em ter um peixe de estimação com um rosto assustadoramente humano? O então, um bichinho que gostava de insultá-lo com brincadeiras sarcásticas ou informá-lo sobre quais celebridades fazem aniversário no mesmo dia que você? No Sega, tudo isso era possível. Podemos dizer que o Sega era menos parecido com um jogo e que estava mais para um simulador de pet virtual.
O jogo começa com um ovo, que logo é chocada e várias criaturas, como as citadas acima, são geradas. Dentro de um curto período de tempo, o pseudo-peixe começa a usar o "goo-goo-gaga", como se fosse um bebê e isso acaba o levando à de um vocabulário extenso e completo. Os jogadores precisam conectar um microfone de “marinheiro” ao jogo, para poderem se comunicar com seu pet,  porque a maior parte do jogo é uma conversa entre você e seu animal de estimação fishmen. E não apenas qualquer tipo de conversa, mas sim coisas profundas...
Os marinheiros podem discutir com seus bichinhos questões como religião, normas sociais ou política. E se você tentar provoca-los, eles respondem de forma meio atravessada. Jogar "Seaman" era tão legal quanto sair com o seu irmão mais velho sabe-tudo.

Super Mario Bros. (1985)

NES
Considerado um dos jogos de vídeo game mais icônicos de todos os tempos, você pode se surpreender ao ver Super Mario Brothers nesta lista. Mas só porque o mundo aceitou as peculiaridades do universo Mario, não significa que ele seja normal ou racional.
Se você pensar, a idéia de dois italianos encanadores e bigodudos derrotando o vilão réptil cuspidor de fogo na terra do Reino do Cogumelo é muito estranha. Se você não conhecesse e gostasse de Mario, com certeza acreditaria que o game foi feito depois que a Nintendo ingeriu alguns cogumelos muito potentes.

Katamari Damacy (2004)

PS2
O estranho “Katamari Damacy” tornou-se um hit entre os jogos de Playstation 2 em 2004. Quando praticamente não existiam jogos no estilo mangá, este game foi inovador. Porém, o enredo do jogo é desconexo e, no minímo, louco.
Os gráficos e cartoons super brilhantes e a música agradável disfarçaram o fato de que o jogo em si era horrível. Assim como seu personagem, um garoto do espaço, chamado The Prince o jogo era bizarro. Em outras palavras, The Prince não era um herói, pelo contrário ele foi o mais bonito destruidor do mundo de todos os tempos.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Afeganistão, Iraque... quem será o próximo alvo?

Novamente estamos vivendo um momento de tensão internacional, devido as pressões sobre o governo do Irã pelas potências mundiais lideradas pelos EUA, devido ao (suposto) programa nuclear iraniano que estaria sendo destinado a produção de armas nucleares. 
Desde o fim da Guerra Fria e após o 11 de setembro de 2001, o Oriente tornou-se o alvo dos ataques dos EUA especialmente, neste nova geopolítica mundial. Afeganistão, Iraque e agora, quem será o próximo? Síria, Irã.... neste contexto as tensões se ampliam pela situação gerada pela chamada "Primavera Árabe" que convulsionado diferentes países pela democracia, mas não chegou aos "protegidos" dos EUA, como a Arábia Saudita. Infelizmente temos na mídia brasileira demonstrações extramente infelizes que defendem a morte de pessoas como forma de acabar com projetos, que nem sabemos se efetivamente existem ou alguém viu até hoje as armas de destruição em massa do Iraque? Ou por que Israel pode ter armas nucleares e o Irão não? Perguntas e mais perguntas.... 





EUA e Israel criam nova doutrina dos 'assassinatos seletivos preventivos'
Por Reginaldo Mattar Nasser
Está circulando pelos blogs e redes sociais trecho de um programa de TV paga em que um dos comentaristas, Sr Caio Blinder (assista aqui e aqui) ) , apoia o “assassinato” de cientistas que participam do “programa de enriquecimento de urânio do Estado Terrorista iraniano”. Argumenta que é “preciso matar gente agora” para evitar mais mortes do futuro, além do que, acrescenta, “você intimida outros cientistas”. O tema já foi intensamente debatido nos EUA, em 2007, quando o professor de direito Glenn Reynolds criticou o presidente Bush por não fazer o suficiente para parar o programa nuclear iraniano (vejam só Bush acusado de ser soft demais!) e, em seguida, defendeu que os EUA deveriam assassinar líderes religiosos e cientistas nucleares iranianos com o objetivo de intimidar o governo do Irã. Portanto, se nos EUA a justificativa para esse tipo de crime não é algo incomum, no Brasil - salvo engano meu - é a primeira vez que aparece publicamente nos meios de comunicação e por isso julgo necessário tecer algumas considerações.
Casos
Mas qual é o problema? De forma declarada ou encoberta tanto EUA, como Israel, sempre adotaram a tática do assassinato seletivo. Desde 11 de setembro, o governo dos EUA tem realizado operações similares (“assassinatos seletivos”) mesmo fora dos campos de batalha do Afeganistão e do Iraque, como no Iêmen, Paquistão, Somália, Síria e possivelmente em outros lugares, causando a morte de mais de 2 mil supostos terroristas e de incontáveis vítimas civis. A justificativa está fundamentada numa autorização legal, aprovada na Câmara e no Senado, atribuindo ao presidente o poder para adotar as medidas que julgue necessárias para impedir ou prevenir atos de terrorismo internacional contra os Estados Unidos.No dia 11 de Janeiro de 2012, Ahmadi Roshan, engenheiro químico da usina de enriquecimento de urânio de Natanz, foi assassinado nas ruas de Teerã após explosão de uma bomba em seu carro. É mais um de uma série de acontecimentos similares. Em dezembro de 2011, sete pessoas morreram em uma explosão em Yazd. Em 28 de novembro, uma bomba explodiu nas instalações nucleares em Isfahan. Em 12 de novembro, 17 pessoas foram mortas por uma explosão perto de Teerã.. Em 29 de novembro de 2010, o cientista Shahriari foi morto da mesma forma como Roshan, com uma bomba plantada em seu carro. Em todos os casos as autoridades dos EUA e de Israel negaram veementemente qualquer envolvimento.
Nova doutrina
É importante notar que até pouco tempo atrás a justificativa para assassinar civis pressupunha a participação direta desses nas hostilidades. Quando se diz que um assassinato seletivo é "necessário" entende-se que matar era a única maneira de evitar um ataque iminente. Mas no caso dos cientistas é praticamente impossível afirmar que matá-los  era necessário para impedir o Irã de lançar um ataque nuclear iminente contra Israel ou qualquer outro país. A não ser que haja uma nova doutrina em formação: “assassinato seletivo preventivo”
Voltando ao porta-voz brasileiro dos fundamentalistas norte-americanos, o sr. Blinder, que é uma pessoa bem informada, sabe que além da quantidade e qualidade de urânio ou plutônio, a produção de armas nucleares também requer os meios para levá-las ao seu destino (mísseis e ogivas). Portanto, é um projeto que envolve grande quantidade de cientistas, engenheiros e operadores. Levando à extremidade lógica o argumento dos fundamentalistas, será preciso assassinar mais algumas centenas ou mesmo milhares de pessoas. Claro, com o nobre objetivo de evitar mais mortes! Aliás, 90% das mortes de norte-americanos no mundo ocorrem devido à utilização de armas e munições produzidas no próprio EUA. Portanto, somos tentados a concluir que os responsáveis pela indústria bélica (armas leves) nos EUA deveriam ser assassinados, pois evitaria a morte de milhares de norte-americanos? A ser levada a sério essa proposta (assassinato de cientistas), não é improvável que os congressos científicos internacionais acabem se convertendo em um verdadeiro festival de tiroteios e bombas. Aliás, o suposto efeito da intimidação, pressuposto dessas ações, está gerando um efeito oposto. Cerca de 1.300 estudantes universitários iranianos pediram para mudar as suas áreas de estudo para o campo das ciências nucleares após o assassinato. Veja só Sr Blinder! Será preciso eliminar esses estudantes também porque um dia eles serão cúmplices do projeto nuclear iraniano!
Obama
Dentro da mesma linha de raciocínio o proprietário do Atlanta Jewish Times, Andrew Adler, pediu desculpas na semana passada depois de sugerir que o assassinato do presidente Obama era uma opção que deveria ser considerada pelo governo israelense, conforme relatado pelo Huffington Post (veja aqui). De acordo com Adler, Israel tem apenas três opções disponíveis para se manter seguro: 1. atacar Hezbollah e o Hamas, 2. destruir as instalações nucleares do Irã; 3. assassinar Obama!
Estranhamente o “assassinato seletivo” ocorreu três dias após a afirmação do secretario de Defesa dos EUA de que era improvável que os iranianos estivessem tentando desenvolver uma arma nuclear e no momento em que governo iraniano reiniciava as negociações com o grupo (P5 +1) para autorizar a realização de uma visita de delegados da Agência Internacional de Energia Atômica em seu pais.
Fica claro que o objetivo do assassinato dos cientistas é provocar uma forte reação da linha dura iraniana justificando, dessa forma, os famosos ataques preventivos. De acordo com reportagem na Foreign Policy (leia aqui), que teve acesso a memorandos elaborados pelo governo Bush, a Mossad usa as credenciais da CIA para recrutar membros da organização Jundallah (considerada terrorista pelo governo dos EUA) para lançar ataques contra o Irã. Como notou o analista internacional, Pierre Sprey, vivemos um daqueles raros e perigosos momentos da história, quando o “Big Oil” e os israelenses estão pressionando a Casa Branca na mesma direção. A última vez que isso aconteceu resultou na invasão do Iraque.

Reginaldo Mattar Nasser é professor de Relações Internacionais da PUC (SP) e Programa de Pós-Graduação San Tiago Dantas (Unesp, Unicamp e Puc-SP)


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Ficção científica - ontem e hoje!

Para os fãs de Star War, Star Trek ou da série Big Ben Theory (mais atual), a ficcção científica chama a atenção e move fãs pelo mundo afora. Não pude deixar ao visualizar a página reproduzida abaixo de postar no blog, pelas imagens mais que hilárias das fantasias dos participantes da convenção. Somente fã mesmo que se coloca em tais situações!! É que a ficção científica permanece firme pelas próximas décadas. Eu agradeço!!
A primeira convenção de sci-fi do mundo

Por Juliane Brita - 25/01/2012

Ao encontrar no Retronaut uma ótima galeria de fotos de uma convenção sci-fi de 1980 em Los Angeles, me lembrei das fotos daquela que foi considerada a primeira conferência de ficção científica de que se tem notícia. É muito bom também para comparar a transformação dos fãs, que, como podemos notar, evoluíram bastante na falta de pudor e na vontade de homenagear a cultura geek.
Então vamos seguir a linha cronológica.
No dia 3 de janeiro de 1937, o capitão da Liga de Ficção Científica de Leeds, na Inglaterra, organizou a primeira conferência britânica do gênero. Num tempo em que viajar qualquer distância era muito mais difícil do que é hoje, alguns dos participantes viajaram centenas de quilômetros para estar lá. Alocados no Leeds’ Theosophical Hall, os organizadores deram início à Associação de Ficção Científica, a primeira organização sci-fi do Reino Unido.
Não é possível saber ao certo quantas pessoas estiveram na convenção, mas conta-se nos relatos oficiais que 14 pessoas apareceram para oficializar a associação. Nas fotos abaixo, é possível ver quem eram os rapazes (it is a man’s world) engomadinhos. As fotos, acredita-se, foram tiradas por Harold Gottliffe.
O relato mais organizado sobre a convenção pode ser encontrado aqui. A legenda ideal para as fotos, pra mim, é “Nerds serão nerds”.
Quarenta e três anos depois, a evolução é clara. Não há mais informações sobre a convenção de Los Angeles, mas as fotos bem dizem que o modelo então empregado é bem parecido com os encontros atuais: cosplayers e muita magia em fantasias de heróis nerds. Darth Vader tomando um refresco sob o sol de Los Angeles é impagável.
 

 

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Como diz o Capitão Nascimento, "nunca serão"!

Pelo mundo vemos coisas e notícias dos mais variados tipos. Já tinha visto os submarinos criados pelos narcotraficantes para entrar com a cocaína nos EUA, mas essa dos blindados é novidade. Abaixo algumas imagens das modificações realizadas nos veículos por grupos de traficantes mexicanos. Inovação nos negócios é assim e tem de vencer a concorrência, que é o principal objetivo destes veículos, ou seja, não é para confrontar a polícia, mas sim confrontar outros grupos que querem roubar as drogas!! A situação é muito complicada na fronteira México-EUA devido ao tráfico de drogas, lembrando que os EUA é o maior mercado para a cocaína no mundo.

Blindado (caveirão) utilizado pela Polícia Civil no Rio de Janeiro


No México, cartéis usam 'caveirões' para transportar drogas aos Estados Unidos

23/01/2012 - 15h22 | João Novaes | Redação

No cinema, o filme Tropa de Elite, de José Padilha, tornou famosas as incursões do Bope (Batalhão de Operações Especiais) nas favelas do Rio de Janeiro. Sua sequência deu grande destaque à ação do veículo blindado conhecido como “caveirão”, pelo medo que ele despertava nos traficantes – e não raro, na população local na vida real.


Efe
No México, os caveirões são usados por traficantes contra cartéis rivais

No México, no entanto, os cartéis do narcotráfico local resolveram usar essa expertise em seu próprio favor e serviço. Fabricados artesanalmente, os “caveirões mexicanos”, são conhecidos como “monstros” no país norte-americano. Os veículos são usados para proteger carregamentos de drogas e têm capacidade para abrigar até 12 atiradores, segundo informou à agência Efe uma fonte oficial da 8ª Zona Militar, no violento estado de Tamaulipas (noroeste do país), zona fronteiriça com os Estados Unidos.

Efe
Desde junho do ano passado, o Exército mexicano já apreendeu mais de 110 veículos blindados do narcotráfico, sendo que 30 deles eram “monstros”.

Segundo as fontes, essas versões dos “caveirões” foram construídos por traficantes para proteger o carregamento não da polícia, mas de cartéis rivais, que disputam rotas de comercialização. “Os grupos guerreiam para dominar essas rotas, que são usadas tanto para o tráfico de drogas quanto para o de pessoas. Assim como para receberem armas contrabandeadas para o México e uma série de outras mercadorias ilegais”.

Os “monstros” têm esse apelido porque são utilizados na maior parte das vezes à noite. Suas luzes ficam geralmente localizadas na parte superior frontal, o que daria o aspecto de monstros caminhando pelo escuro. Tamaulipas tem grandes planícies semi-desérticas, com muitos caminhos clandestinos ainda desconhecidos pelas autoridades.

Um dos últimos “modelos”, apreendido no ano passado, chega a pesar 30 toneladas, após ter sido coberto com grossas camadas de aço e suas defesas reforçadas com dormentes de ferro.

“Esses veículos são construídos com chapas de aço de pelo menos um centímetro. Projéteis de pequeno calibre, como balas de fuzis, dificilmente conseguem penetrar a blindagem. Para isso, apenas armas pesadas ou obuses anti-tanques serviriam”, informou a fonte militar.

Outra função desses veículos é a de derrubar obstáculos. “Esses veículos não circulam em estradas nem dentro da cidade. Eles são usados em caminhos clandestinos para levar a droga à fronteira com os Estados Unidos”.

Outro veículo foi apelidado de “papamóvel”, uma caminhonete muito semelhante às usadas nas viagens do papa. Entretanto, no lugar de cristais, usam placas de metal.


Fonte:http://operamundi.uol.com.br/conteudo/noticias/19364/no+mexico+carteis+usam+caveiroes+para+transportar+drogas+aos+estados+unidos.shtml

sábado, 21 de janeiro de 2012

Santo de pau oco

Reproduzindo um texto interessante acerca da exploração de ouro no Brasil Colonial e as formas de buscar burlar as cobranças de impostos do Tesouro Português. AS estratégias para o não pagamento das taxas eram as mais variadas, onde nem mesmo os "santos" escapavam de transportar ouro ou pedras preciosas nas esculturas que eram ocas. Muitas e muitas toneladas de ouro e pedras preciosas saíram do sudeste brasileiro, principalmente, com destino a Europa nesse período do século XVIII. 

Ontem como hoje, as altas taxações de impostos acabam gerando um ciclo vicioso de sonegação, que nem sempre acaba sendo fiscalizado de maneira eficaz, pelas alternativas, sempre criativas na maioria dos casos, de fugir da fiscalização.

Ciclo reciclado

Enquanto Brasil se prepara para novo ciclo do ouro, lembre como trambiqueiros de toda espécie armaram variadas formas de falsificar e desviar o ouro mineiro

21/11/2011

Por Paulo Cavalcante
Extrair ouro e diamantes cumprindo as regras e pagando os impostos estipulados pelo Estado ou fazê-lo de modo ilícito, praticando o descaminho. Estas eram as duas faces do mesmo movimento, cujo nome é exploração. Nas Minas Gerais do final do século XVII e das primeiras décadas do XVIII, todos queriam ouro. A qualquer preço.

Os próprios representantes do Estado português – governadores, ouvidores, provedores etc. –, cuja missão era disciplinar a extração e assegurar a ordem social, contribuíam para desviar as riquezas da Fazenda Real (a Receita Federal da época).

Ordenar a extração significava estabelecer a desordem da exploração. O funcionário empenhado em dar cabo de “execrandos delitos” (descaminhos e contrabando) precisava conviver com eles para melhor extingui-los. O funcionário que cunhava as moedas dentro da Casa da Moeda falsificava-as por fora. O homem de negócios que arrematava os contratos e fazia os pagamentos prometidos à Fazenda Real sonegava o gênero – sal, por exemplo – ou dava livre trânsito ao ouro em pó, no caso do contrato das passagens (uma espécie de pedágio da época).

Os descaminhos eram numerosos e variados. Quanto mais o Estado português apertava o cerco para assegurar a sua arrecadação, aí mesmo é que os desvios do ouro prosperavam, com extrema criatividade. O senso comum tornou notória a imagem do santo de pau oco como símbolo maior dos descaminhos. Imagens ocas de santos supostamente recheadas de ouro e diamantes nos servem mais como explicitação da contradição entre dois traços correntes na sociedade colonial – o fervor religioso e a cobiça material – do que como comprovação de práticas relevantes de evasão.

'Negras de tabuleiro'

Como a sociedade colonial era escravista, os trabalhadores negros encarregados da mineração eram vistos como os principais “passadores” (descaminhadores) de ouro e diamantes. Ouro em pó salpicado no cabelo de mulheres negras, pepitas e diamantes desviados no pequeno comércio dos povoados e das lavras – especialmente pelas chamadas “negras de tabuleiro”, que vendiam comidas e bebidas – também foram modos de descaminhar a riqueza extraída da terra. Este último era tão forte e disperso que foi objeto de uma proibição publicada em 31 de julho de 1733, no Arraial do Tijuco, pelo ouvidor geral José Carvalho Mártires:

Mando que nenhuma pessoa de qualquer qualidade ou condição que seja mande escravas ou escravos vender do Corgo das Lages em diante, gênero algum de comestíveis, ou bebidas; pena de que toda a escrava ou escravo que for achado do lugar referido em diante, vendendo os referidos gêneros, ser presa, e pagarem seus senhores cem mil réis de condenação (...) além desta pena serão os ditos escravos açoitados no lugar mais público deste Arraial.

Outra forma muito eficaz de desvio foi a fabricação de colares para evitar o pagamento do quinto. Recheadas de colares ou cordões, as pessoas circulavam e propiciavam a fuga do ouro para Portugal em seu próprio corpo. O recurso foi classificado por funcionários da Coroa como “mui caviloso” (ardiloso). Estava claro que “os tais cordões não servem para uso e ornato das pessoas, senão para por este meio usurparem os ditos quintos”, concluiu o rei D. Pedro II, em 1698.

A maneira mais espetacular de desviar ouro era falsificar moedas. Encontravam-se moedas falsificadas de diversos tipos: vazada, cerceada (cujas bordas eram raspadas para se ficar com o ouro), com peso reduzido ou fundida com metais considerados baixos (como cobre, níquel e estanho).

 Moedas de ouro falsas
Em 1708, o juiz da Casa da Moeda do Rio de Janeiro informou ao Conselho Ultramarino que recebera quinze moedas de ouro de 4 mil réis provenientes de São Paulo para serem examinadas por parecerem falsas. Feito o exame, constatou-se a fraude. Suspeitava-se que as tais moedas haviam sido cunhadas na fábrica de um estrangeiro. O assunto era sumamente grave, não só porque as moedas podiam enganar muita gente, mas também porque a presença de estrangeiros na costa ao sul do Rio de Janeiro começava a se intensificar, e a possível instalação de uma fundição falsa seria um indesejável sinal de enraizamento desses forasteiros.

Mas a fábrica de moeda falsa de que realmente se tem notícia não foi obra de um estrangeiro. Resultou da ação de um “bom português”, Inácio de Souza Ferreira, e de uma grande rede de relações operando sob a proteção insuspeita do próprio governador das Minas Gerais, D. Lourenço de Almeida (1721-1732), e configurando uma “sociedade de contrabandistas” com conexões internacionais. D. Lourenço, a propósito, retornou riquíssimo a Portugal, com bagagem reluzente, no fim do seu governo. Estes sim, e não os escravos, foram os grandes descaminhadores. Nesse caso, a moeda era falsa, mas não era ruim. Ou melhor, só era falsa porque não havia sido cunhada na fábrica oficial. Ao que tudo indica, a moeda da fábrica de Inácio era de qualidade e, certamente, teve grande aceitação e circulação (saiba mais na página 34).

Ainda assim, a preocupação com os estrangeiros era pertinente. Afinal, a intensa concorrência comercial entre os Estados europeus tornou-se particularmente desafiadora para Portugal quando foram descobertos ouro e diamantes na sua Colônia americana. Era para Minas que todos queriam ir. A falsificação de moedas tinha o objetivo de retirar diretamente o ouro da Colônia, desviando-o do mundo português. E essa prática não se destinava unicamente à América. Isso já havia ocorrido na Costa da Mina, na África, no início do século XVIII. O problema é que tanta gente estrangeira, de diferentes procedências (franceses, ingleses, espanhóis, holandeses, etc.), iam e vinham à costa da América, e eram tão vultosos os desvios que se temia não só o descaminho, mas a perda do controle das próprias Minas para uma associação entre colonos e estrangeiros, em particular os franceses. Esse é o limite extremo do convívio entre ordem e desordem, entre comércio legal e descaminhos: quando estes ameaçam o negócio português da colonização.

As ilegalidades seguiam uma lógica mercantil. O ouro ilícito imediatamente entrava no circuito comercial geral. Por exemplo: o ouro saído dos ribeiros desimpedia-se dos controles locais, vencia as serras da Mantiqueira e do Mar, perpassava os registros nas passagens dos rios Paraibuna e Paraíba, entrava no Rio de Janeiro, desvencilhava-se de novos controles, alcançava os negociantes estrangeiros, desembaraçava-se da Alfândega, embarcava nos navios da frota, aportava nas ilhas do Atlântico ou em Lisboa, desembaraçava-se novamente da Alfândega, prosseguia para Londres ou Amsterdã, e de lá rumava nos navios anglo-holandeses reunidos no chamado “comboio de Esmirna” (ou Izmir) em direção ao Mediterrâneo, para o intercâmbio neste e em outros portos da península da Anatólia (Turquia), aos quais chegavam as rotas comerciais terrestres do Levante com sedas da Pérsia, entre outros artigos.

 Impostos pesados, tradição brasileira

O maior benefício no ato de driblar a lei era evitar o pagamento do quinto – os 20% devidos ao rei –, cujo “recibo” era um cunho real, marcado na barra de ouro oficialmente fundida. Por isso, um dos mais engenhosos e bem-sucedidos descaminhos era falsificar o próprio cunho. A posse de um cunho falso garantia ao seu dono o poder de legalizar toda e qualquer barra fundida sem que o Estado sequer sentisse o cheiro da sua parte devida. Um dos casos mais interessantes de falsificação aconteceu em São Paulo, em 1698. Os autores da fraude foram o vigário de Taubaté, José Rodrigues Preto, um monge beneditino chamado Roberto e um certo Domingos Dias de Torres. Nada surpreendente que homens de religião deixassem de lado suas prioridades espirituais para golpes do gênero. A cobiça não discriminava condição social ou credo. E eles ainda se beneficiavam de um privilégio legal: os religiosos não podiam ser punidos pelo governador, pois estavam fora da sua jurisdição. Mas assim como burlar a lei era prática disseminada, cumprir os ritos jurídicos também não era tão obrigatório. Resultado: os envolvidos foram presos pelo governador Artur de Sá e Meneses (1697-1702). Logo em seguida, fugiram. Mais tarde, o rei D. Pedro II, “o Pacífico”, resolveu perdoar a todos e deixar por isso mesmo: “Vos ordeno que toca ao tempo passado se não fale mais neste delito”, escreve ao governador em 1700.

Tamanha misericórdia não foi caso isolado. Afinal, ignorar normas e decretos era comportamento rotineiro até entre os agentes do Estado. Bom exemplo é a própria criação das casas de fundição para arrecadar o quinto. Elas foram instituídas em Minas por um bando publicado em Vila Rica no dia 18 de julho de 1719, conforme a lei de 14 de fevereiro de 1719. Entretanto, só funcionaram de fato a partir de 1º de fevereiro de 1725. Por quê? Por causa da resistência dos potentados locais. Ninguém queria ver a sua parte do butim diminuída. Mas não houve jeito, e juntamente com as fundições veio a ordem de proibir a circulação de ouro em pó (por sua natureza, muito fácil de contrabandear). Nem por isso o ouro deixou de escorrer por entre os dedos do Estado: seus guardas, nos registros, transportavam ilegalmente aquela pulverizada riqueza... escondida dentro dos botões dos uniformes!

A ousadia dos descaminhos do ouro não conhecia limites. O lance mais espetacular ocorreu na presença do próprio rei D. João V. A sua quinta parte arrecadada dos mineradores de Cuiabá em 1727 havia sido acondicionada em quatro cunhetes (caixotes de munição de guerra). Recheados de ouro, eles, obviamente, estavam muito bem protegidos: guardados em cofres-fortes, sob a rígida vigilância de muitos guardas, foram colocados com toda a cerimônia junto ao trono do rei, sob o olhar cobiçoso do séqüito de cortesãos e representantes estrangeiros. No momento em que D. João ordenou a abertura dos cofres... surpresa geral: o ouro havia desaparecido! Em seu lugar, diante de todos, revelou-se aos pés de Sua Majestade um metal nada nobre – o chumbo. Dá para imaginar a cara rei...

Mas a melhor época para a prática corriqueira dos desvios era a das frotas. Navios fundeados, alfândegas abarrotadas e mercadores por toda parte: no caudal das gentes fluíam os negócios conforme acertos e desacertos. Tudo tão grave e insólito que o governador do Rio de Janeiro, Luís Vahia Monteiro (1725-1732), um dos maiores combatentes contra os descaminhos, sugeriu que se pusesse sob contrato o serviço das “tomadias”, isto é, as operações de repressão dos descaminhos. Vahia propôs ao rei que, tão logo a frota ancorasse e os navios estivessem protegidos pelos guardas, ele deveria “mandar pôr Editais para arrendar as tomadias do ouro em pó porque estou certo que o contratador achará os meios para o descobrir, e sempre faltam quando as administrações se fazem para Sua Majestade adonde todo mundo é liberal em furtar, e muito mais em dissimular os furtos”. Na prática, isso significava, em termos atuais, a privatização do poder coercitivo legitimamente exercido pelo Estado. Uma total inversão.

Ao contrário de Vahia, quantos governadores não dividiram sua lealdade entre o rei e seus próprios bolsos, ou melhor, as suas “casas”? A “casa” em questão compunha-se não só da família, como a compreendemos hoje, mas de todas as demais pessoas ligadas por laços de sangue e de afinidade que gravitavam em torno dela. Pelo poder do ouro, as “casas” das autoridades cresciam e aumentavam seu prestígio social. Tantos o faziam, e de modo tão explícito, que um dos mais destacados homens do mundo português na época moderna, o padre Antônio Vieira (1608-1697), dedicou-lhes uma parte do famoso “Sermão do Bom Ladrão” (veja no fim desta matéria).

O que concluir disso tudo? O rei absolve os descaminhadores. Governadores e oficiais furtam em todos os tempos e por todos os modos. Então, será que o descaminho é mesmo uma aberração do processo? Ou uma característica inerente e indispensável à própria colonização? Provavelmente, é a segunda hipótese. A extração de ouro e diamantes apenas potencializou uma característica presente na Colônia desde o início.

Não era coisa de negro nem coisa de pobre. Não era vício moral nem sinal de cultura bastarda. Era prática branca, européia, chegou à América com a expansão comercial e com o processo de formação do capitalismo, e aqui contribuiu, desde o primeiro momento, para a instituição da sociedade colonial. Por isso suas raízes são tão profundas.

A prática do descaminho e o chamado exclusivo comercial (o tão conhecido “pacto colonial”, segundo o qual as metrópoles reservavam para si próprias o comércio ultramarino) são dois lados da mesma moeda. Uma moeda que, falsa ou verdadeira, sempre levou consigo o ouro do maior quilate.