Ponte Hercílio Luz: até quando?
Quem já foi para Florianópolis com certeza observou a famosa e cartão postal Ponte Hercílio Luz. Construída em um período no qual as estruturas metálicas eram símbolo do progresso, desde 1926 a Ponte vem suportando o impacto da salinidade em sua estrutura e a falta de conservação vem gerando um processo de corrosão que pode levar a queda da mesma. Infelizmente temos este problema em Santa Catarina e no Brasil como um todo, com a preservação do patrimônio histórico. Esperamos que diferente de outros monumentos, não tenhamos que lembrar desta Ponte somente através de fotos!
Quem já foi para Florianópolis com certeza observou a famosa e cartão postal Ponte Hercílio Luz. Construída em um período no qual as estruturas metálicas eram símbolo do progresso, desde 1926 a Ponte vem suportando o impacto da salinidade em sua estrutura e a falta de conservação vem gerando um processo de corrosão que pode levar a queda da mesma. Infelizmente temos este problema em Santa Catarina e no Brasil como um todo, com a preservação do patrimônio histórico. Esperamos que diferente de outros monumentos, não tenhamos que lembrar desta Ponte somente através de fotos!
Sobre os pilares do descaso
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, a Ponte Hercílio Luz, símbolo de Florianópolis, pode desabar a qualquer momento, enquanto o poder público tenta – há 30 anos! – salvá-la
Se o pior acontecer, não terá sido por falta de aviso ou de tempo – afinal, 30 anos são, sem dúvida, mais do que suficientes para qualquer providência. Mas a Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis, Santa Catarina, parece mesmo fadada a simbolizar o marasmo e o descaso do poder público diante de seu patrimônio, tombado pelos poderes municipal, estadual e federal. Há exatas três décadas, a ponte foi fechada para o tráfego – e, desde então, foi aberto o caminho de negociações sem fim. Enquanto isso, três dos quatro pilares estão a ponto de virem abaixo – e, segundo o próprio governo do estado, um vento de mais de 100 quilômetros por hora será suficiente para dar um (triste) fim à história.
Em novembro, a Assembleia Legislativa de Santa Catarina organizou uma audiência pública com autoridades catarinenses e engenheiros de diversas partes do mundo. Um dos maiores especialistas em estruturas de pontes suspensas no mundo, o engenheiro americano Khaled Mahmoud, da Bridge Technology Consulting, alertou que a estrutura pode cair a qualquer momento. A situação se complica ainda mais por conta do cronograma da obra: a estrutura que poderá sustentar a ponte, evitando uma nova tragédia, só ficará pronta em meados do ano que vem. E o que é pior: próximo à cabeceira da ponte estão instaladas casas da indústria pesqueira, sem contar barcos e lanchas que circulam pela região.
Nova estrutura já desabou
Inaugurada em 1926, a ponte funcionou perfeitamente até 1982, quando foi fechada pela primeira vez por medidas de segurança. Seis anos depois, foi liberada para motos e bicicletas, mas voltou totalmente interditada em 1991. Em 2005, o governo do Estado retomou os trabalhos para uma nova recuperação, com previsão de conclusão para este ano. Foram gastos R$ 21 milhões na reforma dos anéis de sustentação e no acesso
ao vão central, até notarem que o buraco era mais embaixo: os pilares estavam prestes a ruir.
O atual projeto começou a ser concebido em 2008 e foi orçado em R$ 170 milhões: uma ponte paralela será erguida sob a atual, a fim de sustenta-la e permitir a reforma das estruturas abaladas. O governo tenta, via Lei Rouannet, conseguir pelo menos R$ 70 milhões, enquanto o estado entra com o restante. Até agora já foram gastos R$ 35 milhões, até que no último dia 11 de janeiro houve um novo revés: um dos novos pilares, que acabara de ser colocada, desabou no fundo do mar. Ninguém sabe ainda como a estrutura, que pesa 100 toneladas, será resgatada. Até agora, já foram colocados 10 pilares, faltando apenas quatro para a base de sustentação da reforma.
O presidente do Departamento de Infraestrutura de Transportes de Santa Catarina (Deinfra), Paulo Meller, garante que a obra continua e os novos pilares voltarão a ser colocados já na próxima semana. Mas também ressaltou que, de fato, um vento forte é capaz de derrubar a histórica ponte. A base capaz de segurar o monumento está prevista para ficar pronta apenas em meados do ano que vem. Já a reforma completa, só em 2014. Segundo Meller, o maior problema será a reforma dos rótulos, que deveriam acompanhar o balanço da ponte, mas estão fixos devido às corrosões.
“A reforma não parou. Na semana que vem vamos recomeçar a colocar os pilares de sustentação. Mas, de fato, a ponte corre o risco de cair, justamente por que os rótulos não balançam. O maior risco é termo uma ventania de 120, 130 quilômetros por hora”, conta Meller.
Em 2004, por exemplo, o furacão Catarina devastou a região. E seguia em direção à ponte, mas os ventos viraram a favor da história.
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