Metamorfoses Históricas: História, livros, músicas, cinema e motos!

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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Neuromancer: vale a pena ler!

Ao ler este pequeno texto na internet e como o mesmo é pertinente ao livro, que já li e é muito bom mesmo, compartilho aqui a indicação. Qualquer semelhança com alguns filmes de ficção não é mera coincidência.

Neuromancer: a ciência prepara o futuro e a ficção científica mostra primeiro

A maior parte da produção cinematográfica com inspiração cyberpunk não passa de um cópia pausterizada. Não que elas não fossem boas, mas, depois de ler “Neuromancer”, tive a sensação de que a maior parte delas chupou alguma coisa do livro. 
William Gibson é um dos principais nomes da literatura cyberpunk e sua maior obra é o thriller noir/sci-fi “Neuromancer” (Editora Aleph), que tem uma narrativa truncada e muitas vezes hermética. A sensação ao terminar de ler o livro é que o autor tinha tantas ideias inovadoras que encontrou dificuldades para expressá-las.
Case, um ex-cowboy (ou hacker), é contratado para ajudar a samurai urbana Molly em uma missão suicida: libertar uma misteriosa e poderosa inteligência artificial. O problema é que o cérebro de Case foi danificado e não pode mais acessar a Matrix (a internet), sem falar que ele está atolado em dívidas resultantes de um consumo suicida de drogas. No entanto, o pagamento oferecido para o trabalho é restaurar seu cérebro e sua vida, mas como todo pacto com o demônio… isso tem seu preço. 
Em meio a tudo isso, vemos implantes cibernéticos, acesso neural a internet, firewalls (chamados de Ice), drogas sintéticas e sexo casual. Atualmente, essas coisas fazem parte da nossa vida, mas estamos falando de um livro escrito em 1983!!! 
E daí que o cara é visionário? Calma, “Neuromancer” não foi eleito, a toa, um dos livros 100 livros mais importantes da língua inglesa pela revista Time. Apesar da leitura complicada em alguns momentos, principalmente no começo, Gibson tem uma história fantástica para contar e que teve muitos de seus elementos canibalizados pela cinessérie “Matrix” dos Irmãos Wachowski e por boa parte dos animes e mangás cyberpunks, como o clássico“Ghost in the Shell”. Depois de ler, você terá a impressão de que todas essas produções foram tentativas de dar continuidade ao universo criado em “Neuromancer”.
Claro que nem tudo foi criador apenas por William Gibson, afinal, os autores do movimento cyberpunk trocavam muita correspondência e liam os trabalhos uns dos outros antes de serem publicados. Por tanto, vemos muitas contribuições de nomes como Bruce Sterling e Pat Cadigan.
Não posso deixar de mencionar a qualidade inegável da tradução feita pelo talentoso Fábio Fernandes. O cara é um dos poucos tradutores capazes de verter para o português todo aquele emaranhado de frases soltas, neologismos e expressões sem que eles perdessem o sentido ou o estilo. A imersão de Fábio Fernandes é tão grande que temos a sensação de que o livro foi escrito originalmente em português.
“Neuromancer” é uma fábula tecnológica sobre o que é ser humano e o que nos motiva a viver. Apesar de toda essa camada de aparelhos, realidade virtual e prazeres artificiais, a humanidade é movida por algumas questões primordiais: o existencialismo, o amor e a filosofia.
Ilustração - Camaleão

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