Metamorfoses Históricas: História, livros, músicas, cinema e motos!

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quinta-feira, 14 de março de 2013

As mudanças climáticas sempre geram controvérsias e discussões acaloradas, sobre os efeitos da ação humana na exploração desenfreada dos recursos naturais, em especial a partir da Revolução Industrial (meados do século XVIII).

Segundo os cientistas, o planeta está cada vez mais quente. Um processo mudanças ao longo da história natural do planeta, marcado por drásticas mudanças em alguns bilhões de anos. 

O desafio para o futuro e as próximas gerações é saber lidar com este legado da história natural do planeta de transformações e o nosso legado, enquanto humanidade e sua voracidade em explorar, explorar e consumir os recursos naturais, em sua maioria, não-renováveis em curtos espaços de tempo.

Temperaturas globais ultrapassarão os registros no século 21

 Por Sid Perkins e revista Nature

Um estudo sugere que, atualmente, temperaturas médias globais estão mais altas do que estiveram por aproximadamente 75% dos últimos 11.300 anos. E se modelos climáticos servem de qualquer indicação, até o fim deste século elas serão as mais altas desde o fim da era glacial mais recente.

Registros instrumentais do clima só chegam até o fim do século 19. Para antes disso, cientistas dependem de análises de crônicas naturais como anéis de árvores e proporções de isótopos em formações de cavernas.

Mas mesmo esses arquivos têm seus limites: muitas reconstruções detalhadas do clima, particularmente da temperatura, só se aplicam a regiões limitadas ou no máximo se estendem alguns milênios, declara Shaun Marcott, cientista climático da Oregon State University em Corvallis.

Marcott e seus colegas decidiram reconstruir tendências climáticas globais até 11.300 anos atrás, quando o Hemisfério Norte estava saindo da mais recente era do gelo. Para fazer isso, eles coletaram e analisaram dados reunidos por outras equipes. Os 73 registros climáticos sobrepostos que eles consideraram incluíam núcleos de sedimentos perfurados de fundos de lagos e mares ao redor do mundo, além de um punhado de núcleos de gelo coletados na Antártica e na Groenlândia.

Cada uma dessas crônicas tinha pelo menos 6.500 anos, e cada uma delas incluía um período de base começando em meados do período pós-era-glacial, em 3550 a.C.

Imagem cortesia de AIRS Science Team, NASA/JPL
 Temperaturas da Terra (vistas aqui por um sensor infravermelho do satélite Aqua, da Nasa) estão prestes a se tornar tão quentes quanto após a última era do gelo  

 

Para alguns registros, os pesquisadores inferiram temperaturas passadas a partir da proporção de íons de magnésio e cálcio nas cascas de criaturas microscópicas que morreram e foram parar no fundo do mar; para outros, eles mediram as distâncias de moléculas orgânicas de cadeia longa chamadas de alquenonas que ficaram presas nos sedimentos.

Depois da era do gelo, descobriram eles, as temperaturas globais médias subiram até atingirem um platô entre 7550 e 3550 a.C. Então uma tendência de resfriamento de longo prazo se estabeleceu, atingindo sua temperatura extrema mais baixa entre 1450 e 1850.

Desde então, temperaturas vêm aumentando a uma taxa dramática: da primeira década do século 20 até o presente, temperaturas globais médias variaram praticamente de seu ponto mais frio desde a era do gelo até  seu mais quente, relataram Marcott e sua equipe na Science de 7 de março.

Contexto climático

As tendências de temperatura que a equipe identificou nos últimos dois mil anos são estatisticamente indistinguíveis de resultados obtidos por outros pesquisadores em um estudo anterior, observa Marcott. “Isso aumenta nossa confiança no resto de nosso registro”, adiciona ele.

Marcott e seus colegas “reuniram um conjunto bastante impressionante de representantes climáticos”, elogia Gavin Schmidt, cientista climático do Instituto Goddard de Estudos Espaciais da Nasa, em Nova York.“O quadro climático geral já está claro há muito tempo, em sua maioria para o Hemisfério Norte, mas essa compilação realmente põe o resto do mundo em contexto”, adiciona ele.

“Antes desse estudo, pesquisadores só podiam imaginar se temperaturas globais haviam excedido a parte mais quente do atual período interglacial”, explica Darrell Kaufman, geólogo da Northern Arizona University em Flagstaff. As novas descobertas mostram que as recentes temperaturas altas não são necessariamente as mais quentes, mas são incomumemente altas, aponta ele.

As tendências de temperatura durante grande parte do período pós-era-glacial se adequa às esperadas de fatores naturais como a variação de longo prazo no eixo da Terra, aponta Marcott. Mas nos últimos 150 anos, emissões industriais do gás dióxido de carbono aumentaram – o que ajuda a explicar porque temperaturas globais subiram tão rápido em décadas recentes, sugere ele.

Modelos climáticos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas sugerem que até o fim deste século, independentemente de emissões futuras de dióxido de carbono, temperaturas atingirão seu ponto mais alto desde o fim da era glacial mais recente, concluem os pesquisadores.

Este artigo foi reproduzido com permissão da revista Nature. O artigo foi publicado pela primeira vez em 7 de março de 2013. 

Fonte:http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/temperaturas_globais_serao_as_mais_altas_dos_ultimos_onze_mil_anos.html

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