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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Antropóloga pede criminalização de sites discriminatórios


O Senado realizou, na manhã desta sexta-feira (19 de novembro), sessão especial na comemoração do Dia da Consciência Negra (20 de novembro), dedicada a expressar a solidariedade dos senadores a todas as pessoas que ainda são vítimas de discriminação e preconceito na sociedade brasileira, incluindo negros, minorias e grupos religiosos.

Importante a discussão que se apresentou nesta sessão especial, no que se refere a "livre expressão" na internet, que vem reproduzindo, cada vez mais, infelizmente, preconceitos e discriminações sobre diferentes grupos, que fogem aos padrões de normalidade impostos pela nossa sociedade branca, machista e patriarcal. Longe de defendermos a censura, precisamos pensar meios de controle social que sejam possivéis reprimir a manutenção destas práticas no espaço virtual e que se deslocam para a vida "real". 

Os jovens, cada mais jovens, que estão acessando, cada vez mais cedo a internet, estão entrando em contato com estas informações, sem se questionarem, o conteúdo e os impactos sociais destas "verdades" construídas historicamente e que continuam, infelizmente, a serem difundidas.    

 
PLENÁRIO DO SENADO FEDERAL / Homenagem
19/11/2010 - 14h06

Antropóloga pede criminalização de sites discriminatórios

A antropóloga Adriana Dias revelou preocupação com o acesso de mais de 100 mil internautas brasileiros - a maioria, jovens - a sites que veiculam material discriminatório contra negros, judeus, homossexuais, migrantes e uniões interraciais. Após fazer essa denúncia na sessão especial do Senado pelo Dia Nacional da Consciência Negra, nesta sexta-feira (19), a pesquisadora pediu o apoio do Parlamento para criminalizar a divulgação desse tipo de mensagem pela internet.

- Em minha pesquisa de mestrado, que defendi em 2007, localizei 13 mil sites neonazistas em língua portuguesa, inglesa e espanhola. Hoje, infelizmente, dada a impunidade, eles alcançam a marca de 20 mil sites. São dezenas de comunidades em blogs e redes sociais e centenas de perfis no Twitter - comentou.

Integrante da comunidade judaica, Adriana Dias denunciou ainda ser possível encontrar, em sites brasileiros de teor neonazista, livros infantis para colorir defendendo a versão da supremacia racial dos brancos. No ano em que são celebrados os 100 anos da Revolta da Chibata, os 315 anos da morte do líder negro Zumbi dos Palmares e os 70 anos da abertura do campo de concentração de Auschwitz, onde 1,5 milhão de judeus foram mortos, a antropóloga reivindica a investigação e punição dos crimes por discriminação e preconceito.

-É preciso coibir definitivamente toda e qualquer manifestação de racismo, de preconceito e de intolerância. O atual estado de ódio, de incompreensão, o gigante retorno do anti-semitismo, do racismo, da homofobia, da intolerância com a pessoa com deficiência, nos convence da gravidade do momento presente, enquanto toma o coração e a mente dos nossos jovens - apelou.

Da Redação / Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
Fonte: http://www.senado.gov.br/noticias/verNoticia.aspxcodNoticia=105495&codAplicativo=2

 

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