Com certeza necessitamos de uma iniciativa como essa no Brasil, para podermos perceber o quanto o preconceito racial está presente na sociedade e impregnado em elementos que acabam se naturalizando, seja no esporte, em brinquedos infantis, em propagandas de televisão e jornais e revistas......
Com acervo de 9 mil itens, universidade inaugura museu para condenar racismo nos EUA
Jim Crow Museum, no Michigan, exibe objetos perturbadores sobre a segregação racial no país
Com o objetivo de reunir e expor “objetos de intolerância para promover a justiça social”, será inaugurado no próximo dia 26 de abril, em Michigan, centro-oeste dos EUA, o Museu Jim Crow de Recordações Racistas. Trata-se de uma coleção de pôsteres, placas e até mesmo brinquedos que mostram, de forma chocante, a segregação racial no país.
Com nove mil peças, a exposição abrange itens que foram produzidos até mesmo durante a campanha do então candidato presidencial Barack Obama. Outro objetivo dessa exposição é “tornar-se líder no ativismo social e na discussão das relações de raça”.
Seu curador e idealizador, o professor de sociologia David Pilgrim. Afro-descendente, começou a recolher os itens enquanto ainda era um adolescente. Em entrevista ao jornal britânico The Telegraph, ele faz questão de ressaltar que seu projeto não representa uma apologia ao racismo, mas, pelo contrário, uma tentativa de “conscientização”. No site oficial da instituição, ele lembra que há três décadas “coleta itens que difamam africanos e seus descendentes norte-americanos” e se descreve como “um colecionador de lixo”.
Placas obtidas em lojas e veículos do antigo sistema de transporte público norte-americano trazem orientações sobre os locais em que negros poderiam ou não estar. No slogan de uma empresa da época, lê-se: “Nosso negócio é preto, mas nós tratamos você como branco”.
Em outro pôster, o absurdo é tamanho que dá origem à esquematização de uma “evolução” que parte de uma melancia e chega a um cidadão negro. No setor de brinquedos, há itens considerados racistas que foram projetados para entreter crianças e decorar casas, como bonecas, abridores de garrafas e um pote para ervas de chá com a modelagem da cabeça estereotipada de um homem negro.
Com investimento avaliado no equivalente a quase quatro milhões de reais, o Museu Jim Crow é administrado pela Universidade Estadual Ferris e pretende desenhar a trajetória da “experiência afro-americana nos EUA” dos momentos que precederam a escravidão à ascensão dos movimentos de defesa dos direitos civis na modernidade.
Divulgação/Jim Crow Museum
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