Metamorfoses Históricas: História, livros, músicas, cinema e motos!

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quarta-feira, 29 de julho de 2015

As intervenções da Europa e Estados Unidos, juntos ou de forma separada, vem modificando a geopolítica internacional e interferindo diretamente em países, especialmente, do Oriente Médio e na África. Por várias razões e justificativas essas ações, armadas normalmente acontecem, deixam para trás, após a tomada do poder por grupos ou partidos pró-Ocidente, sociedades destruídas economicamente, socialmente e politicamente. Os impactos de médio e a longo prazo não são mensurados e o importante é o impacto a curto prazo. Ou será que esses impactos são mensurados pelos estrategistas em seus gabinetes? Só o tempo poderá nos responder pelo jeito....

Quatro anos depois, a Líbia é um caos
por José Antonio Lima — publicado 28/07/2015 
A União Europeia cogita sancionar guerrilheiros líbios contrários ao acordo de paz, rara boa iniciativa que pode ajudar o país africano
Quatro anos depois de abandonar a Líbia à própria sorte após a derrubada de Muammar Kaddafi, a Europa volta a prestar atenção ao país norte-africano. Pressionada pela crise humanitária que irrompeu no Mediterrâneo e expôs a hipocrisia do continente, a União Europeia cogita sancionar alguns guerrilheiros líbios que têm bloqueado a implantação de um acordo de paz mediado pelas Nações Unidas. Ainda que tardia, a ação pode ser benéfica para a Líbia e muito mais efetiva que a preocupante ideia de colocar uma força naval para combater os barcos de pesca de traficantes de pessoas.
A Líbia vive situação desastrosa. Desassistido após o assassinato do seu ditador, o país não conseguiu superar uma de suas mais nocivas heranças, a eliminação da sociedade civil, substituída, nos 40 anos de autoritarismo, por um culto forçado à psicótica personalidade de Kaddafi. Desde 2011, a Líbia teve duas eleições parlamentares, mas elas não foram suficientes para conciliar os interesses dos diversos grupos políticos e étnicos suprimidos por Kaddafi ao longo de quatro décadas. Engolfada em guerra civil iniciada em 2014, a Líbia corre o risco de se dividir.
Trípoli x Tobruk
O caos envolve dois governos que reivindicam a legitimidade sobre o controle do país. Na capital, Trípoli, está baseado o Congresso Nacional Geral, que não é referendado por nenhum governo estrangeiro. No leste do país, em Tobruk, cidade próxima à fronteira com o Egito, está o Conselho de Representantes, este reconhecido pela comunidade internacional.
Conhecido pela sigla GNC, o Congresso Nacional Geral foi eleito em julho de 2012 com a missão de coordenar a transição democrática da Líbia. Dominado por partidos islamitas (adeptos do Islã político), o GNC não teve sucesso. Milícias armadas que ajudaram a derrubar Kaddafi continuaram a exercer grande poder e o país viveu uma onda de assassinatos que vitimou dezenas de militares e ex-aliados desse ditador.
Em maio de 2014, o GNC foi vítima de uma tentativa de golpe. O artífice da ação militar foi o general Khalifa Haftar, hoje figura central na Líbia. Por cerca de 20 anos, Haftar viveu confortavelmente com a família no estado norte-americano da Virgínia, onde ganhou cidadania, e votou nas eleições de 2008 e 2009. A escolha desse estado como residência parece não ter sido uma coincidência: nas duas últimas décadas, Haftar trabalhou por algum tempo para a CIA, agência de inteligência dos Estados Unidos sediada em Langley, no norte da Virgínia.
O contato com a espionagem americana vinha de longa data. Em 1987, Haftar, então general do Exército de Kaddafi, caiu em desgraça com o ditador líbio após uma derrota para as forças do Chade em guerra entre os dois países. Abandonado pelo homem que se autoproclamava seu "pai espiritual", Haftar passou a liderar contra ele a Frente Nacional de Salvação da Líbia, baseada no próprio Chade e apoiada pela CIA. Em pouco tempo, a frente naufragou e Haftar, resgatado pelos americanos, foi para os EUA.
Desde a Primavera Árabe, Haftar esteve duas vezes na Líbia. A primeira em 2011, no auge dos protestos contra Kaddafi. Ele comandou alguns dos grupos armados anti-Kaddafi e tentou aproveitar o vácuo de poder para se posicionar na então florescente política líbia. Sem sucesso, o general voltou para os Estados Unidos, onde ficou até o início de 2014, quando retornou à Líbia para organizar o golpe contra o Congresso Nacional Geral, segundo ele uma necessidade diante dos "terroristas disfarçados de políticos" que controlavam o país.
Os grupos islamitas responderam por meios políticos e militares. De início, convocaram novas eleições, realizadas em junho de 2014. Derrotados, não reconheceram o resultado do pleito ou a formação do Conselho de Representantes. Em julho, milícias islamitas invadiram Trípoli e expulsaram o Conselho de Representantes para Tobruk. No vácuo de poder, parlamentares islamitas formaram um novo Congresso Nacional Geral e passaram a reivindicar o posto de governo eleito.
Muitos conflitos em um só
As ações de Haftar e das milícias islamitas galvanizaram a impressão de que o conflito na Líbia poderia ser reduzido a um confronto entre remanescentes do antigo regime e os adeptos do Islã político, nos moldes do que ocorre no Egito. Esse diagnóstico maniqueísta serve aos propósitos dos extremistas de ambos os lados, mas nubla a complexa realidade líbia.
As milícias islamitas coordenam-se por meio de um grupo conhecido como Amanhecer Líbio, que mistura islamitas moderados e fundamentalistas, muitos veteranos do Grupo de Luta Islâmico Líbio, que lutou ao lado de Osama bin Laden contra a União Soviética no Afeganistão e, depois, voltou suas forças contra Kaddafi.
Além desses, há uma série de revolucionários líbios com pouca ou nenhuma ligação com a religião, entre eles as milícias da cidade costeira de Misrata ou os bérberes, uma minoria líbia, que entraram no conflito por motivações tribais, territoriais ou étnicas. 
Amanhecer Líbio
Do mesmo modo, o lado de Haftar e do Conselho de Representantes conta não só com militares e ex-aliados de Kaddafi, mas com brigadas armadas de Zintan, cidade montanhosa rival de Misrata, e árabes beduínos do interior, todos engajados em acertos de contas e disputas antigas.
Sanções 
Em meio a esse caos, a Líbia tornou-se mais um país afetado pelo Estado Islâmico, o grupo extremista que tomou partes da Síria e do Iraque e tem exportado sua ideologia para outras regiões. Na Líbia, o Estado Islâmico controla a pequena cidade de Nawfaliyah e algumas partes da cidade de Sirte, e tem entre 3 e 5 mil recrutas, a maioria estrangeiros. Paraíso para os jihadistas, a Líbia se tornou campo de treinamento para terroristas internacionais, como o que matou dezenas de turistas ocidentais na Tunísia no fim de junho.
Além do ISIS, o vácuo de poder abriu as portas para quadrilhas de traficantes de pessoas, que agem livremente na Líbia. São essas as organizações responsáveis por usar o território líbio como base para enviar, em condições precárias, imigrantes de muitos países africanos para a Europa, que fogem da tirania, da fome e da doença.
Em 12 de julho, o enviado da ONU para a Líbia, Bernardino Leon, conseguiu que diversos grupos envolvidos no conflito, incluindo o governo reconhecido do Conselho de Representantes, assinassem um acordo de paz. O Amanhecer Líbio, o GNC e os militares ligados a Haftar, entretanto, negaram-se a referendar o novo processo de transição.
Diante disso, a União Europeia está, segundo a agência Reuterspreparando sanções pessoais contra cinco dos guerrilheiros: Haftar e o ex-comandante da Força Aérea Líbia Fakir Jarroushi, além de três chefes do Amanhecer Líbio: Abdulrahman Suweihli, Salah Badi e Abdulraouf Mannay.
É provável que o vazamento da informação sobre as sanções seja uma forma de pressionar os extremistas a optar pela mesa de negociações. Mais que isso, é um reconhecimento por parte da União Europeia de que a solução para a crise de refugiados passa pela governança da Líbia, e não é meramente uma questão de segurança.
Por quatro anos, os países europeus negligenciaram a Líbia, equivoco expresso pela diferença de gastos do Reino Unido com os ataques para derrubar Kaddafi e com a posterior reconstrução do país: foram 320 milhões de libras ante 25 milhões, quase 13 vezes mais. Foi preciso que os "indesejados" imigrantes batessem à porta da Europa para que os governantes do continente agissem. Ainda que com atraso, é hora de a UE mudar suas práticas e ajudar a Líbia a trilhar um caminho de estabilidade e prosperidade.
Fonte:<http://www.cartacapital.com.br/internacional/quatro-anos-depois-a-libia-e-um-caos-2005.html>. Acesso em 29 de julho de 2015.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

13 de julho - Dia Mundial do Rock!!!!

Por que 13 de julho?

Em 13 de julho de 1985, Bob Geldof organizou o Live Aid, um show simultâneo em Londres, Inglaterra e na Filadélfia nos Estados Unidos.

O objetivo principal era o fim da fome na Etiópia e contou com a presença de artistas como: The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Mick Jagger, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins (que tocou nos dois lugares), Eric Clapton e Black Sabbath.