Metamorfoses Históricas: História, livros, músicas, cinema e motos!
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terça-feira, 28 de janeiro de 2014
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
Neste dia 24 de janeiro fazem 10 anos que foi lançado o Orkut, uma das precursoras das redes de relacionamentos interpessoais na rede mundial de computadores, que tanto ganhou milhões de adeptos no Brasil. Nesses 10 anos que se passaram, o Orkut perdeu espaço e público, sendo substituídos por outros formatos, mas que seguem o modelo de interligar pessoas em diferentes lugares do mundo através da virtualidade.
Nesses 10 anos percebe-se a mudança nas formas como as redes sociais influenciaram no contato entre as pessoas e as relações se tornaram, em muitos sentidos, superficiais ou voltadas a demarcar imagens e/ou aparências na popularidade em visualizações, curtidas ou outros mecanismos que quantificam a"fama" nas redes sociais.
Um desafio e um conflito de gerações entre aqueles que cresceram sem o contato com a rede virtual e aqueles que já nascem imersos desde cedo no contato com a tecnologia e as possibilidades de interações.
Qual o papel da rede mundial de computadores hoje? Quais as novas relações que se estabelecem? As distâncias são diminuídas ou ampliadas através das redes sociais?
A ilusão das redes sociais
O narcisismo, a superficialidade e o distanciamento, entre outras características das relações virtuais, formam pessoas cada vez mais individualistas e egoístas
Por Dulce Critelli
É indiscutível o importante papel que as redes sociais desempenham hoje nos rumos de nossa vida política e privada. São indiscutíveis também os avanços que introduziram nas comunicações, favorecendo o reencontro e a aproximação entre as pessoas e, se forem redes profissionais, facilitando a visibilidade e a circulação de pessoas e produtos no mercado de trabalho. A velocidade com que elas veiculam notícias, a extensão territorial alcançada e a imensa quantidade de pessoas que atingem simultaneamente não eram presumíveis cerca de uma década atrás, nem mesmo pelos seus criadores. Temos sido testemunhas, e também alvo, do seu poder de convocação e mobilização, assim como da sua eficiência em estabelecer interesses comuns rapidamente, a ponto de atuarem como disparadoras das várias manifestações e movimentos populares em todo o mundo atual.
Portanto, não podemos sequer supor que elas tragam somente meras mudanças de costumes, porque seu peso, associado ao desenvolvimento da informática, é semelhante à introdução da imprensa, da máquina a vapor ou da industrialização na dinâmica do nosso mundo. As redes sociais provocam mudanças de fundo no modo como as nossas relações ocorrem, intervindo significativamente no nosso comportamento social e político. Isso merece a nossa atenção, pois acredito que uma característica das redes sociais é, por mais contraditório que pareça, a implantação do isolamento como padrão para as relações humanas.
Ao participar das redes sociais acreditamos ter muitos amigos à nossa volta, sermos populares, estarmos ligados a todos os acontecimentos e participando efetivamente de tudo. Isso é uma verdade, mas também uma ilusão, porque essas conexões são superficiais e instáveis. Os contatos se formam e se desfazem com imensa rapidez; os vínculos estabelecidos são voláteis e atrelados a interesses momentâneos.
No mundo virtual, as amizades são feitas e desfeitas com a rapidez de um clique
Além disso, as relações cultivadas nas redes sociais se baseiam na virtualidade, portanto, no distanciamento físico entre as pessoas. Isso nos permite, com facilidade, entrar em contato com as pessoas e afastá-las quando bem quisermos. Tal virtualidade garante comunicação sem intimidade. Em 1995, quando as redes sociais nem sequer eram cogitadas, o filme americano Denise Calls Up (Denise Está Chamando) já apresentava uma crítica às relações estabelecidas entre as pessoas através dos recursos da época: computador, telefone e aqueles enormes celulares. Os personagens eram alguns amigos que se comunicavam continuamente, mas tinham muitas dificuldades e até mesmo aversão de se encontrar pessoalmente. Também namoro e sexo aconteciam virtualmente.
Nunca me esqueci desse filme, impressionada que fiquei com a possibilidade, hoje tão iminente, de mutações essenciais nas condições de nossa existência. O que aconteceria conosco se não precisássemos mais da proximidade física de uns com os outros? O que morreria em nós, se essa proximidade deixasse de acontecer?
Quando Hannah Arendt, pensadora contemporânea da política, analisou os totalitarismos do século passado, apontou para o projeto desses sistemas de tornarem os homens supérfluos. Para tanto, entre outros expedientes, mantinham as pessoas isoladas umas das outras.
Separavam-nas de seus familiares, de suas comunidades, inclusive das pessoas com quem coabitavam nos galpões dos campos de concentração, instaurando entre elas a suspeita e o medo de delações. Isolavam classes sociais promovendo contendas e animosidades entre elas. Isolavam as pessoas do seu próprio eu, exaurindo-as com trabalho e mantendo-as doentes e famintas. O isolamento torna os indivíduos manipuláveis e controláveis, como coisas. Os sistemas totalitários sabem muito bem que, isolados, os homens perdem a capacidade de se expor e de agir.
Na nossa atualidade o isolamento tem um perfil diferente, porque é mais voltado para a intensificação do individualismo, cujos interesses afastam-se a cada vez mais das questões sociais. As recentes manifestações populares embora devam sua ocorrência às redes sociais, mantêm o caráter do individualismo e do isolamento, pois os participantes não criam vínculos entre si. Expressam suas opiniões, caminham juntos, mas é só isso.
Arendt tem por pressuposto de suas análises a condição humana da pluralidade, ou seja, o fato de vivermos entre homens e jamais chegarmos a ser nem um ser humano nem mesmo os indivíduos que somos longe da companhia dos outros. Os outros, tanto quanto o ambiente em que vivemos, nos constituem, daí que, se o distanciamento interpessoal for se estabelecendo como nova condição de existência, nossa própria humanidade poderá sofrer o impacto de uma mutação.
Os próprios equipamentos para acesso às redes, que estão conosco o tempo todo e exercem intenso fascínio sobre nós, corroboram com esse isolamento. Tenho ficado irritada com muitos de meus alunos que ficam consultando seus celulares e notebooks durante as aulas, como se estivessem fazendo anotações, mas acho que estão ligados às redes sociais. Talvez as aulas, sobretudo as de Filosofia, sejam muito chatas. Nelas não se pode pular de um assunto para outro, nem entrar em contato com múltiplas informações ao mesmo tempo, como se faz nas telas do computador, nem ficar livre de esforços do pensamento com análises e reflexões. Nas aulas não se pode passar por alto dos assuntos e situações.
Já em 1927, em seu livro Ser e Tempo, Martin Heidegger percebia esse comportamento cotidiano dos indivíduos de tomar tudo pelo aspecto e o nomeou de “avidez de novidades”. O que interessa é sempre a próxima novidade, o próximo assunto, a próxima notícia... Também identificava como “falação” um comportamento complementar: todos falam sobre tudo, sabem de tudo, mas não compreendem nada em profundidade.
Parece que “falação” e “avidez de novidades” estruturam a participação nas redes sociais. As pessoas já estão acostumadas a comentários rápidos e superficiais sobre tudo e todos. É fácil ver nesses comentários a preocupação de cada qual em simplesmente dar sua opinião, mais do que ouvir a alheia. A opinião do outro é apenas a oportunidade para se expressar a sua própria.
O outro parece importar, mas de fato não importa. Importam apenas a própria posição e a autoexposição. Daí a constante informação sobre as viagens, os pensamentos, as emoções, as atividades de alguém. É preciso estar em cena e sempre. Há nisso um evidente desenvolvimento do narcisismo e, consequentemente, do reforço do distanciamento entre as pessoas.
Faz parte desse narcisismo o fato de as pessoas terem de tratar a si mesmas como se fossem mercadorias. Em alguns de seus escritos, Zygmunt Bauman tem apontado para a necessidade das pessoas, sobretudo dos jovens, de se ocuparem sobremaneira com sua imagem nas redes sociais. Elas precisam escolher as fotos que melhor as apresentem, que as tornem atraentes e desejáveis. Aquelas que não souberem se vender correm o risco da invisibilidade e da exclusão.
Meu propósito, aqui, foi apenas o de levantar dados para uma reflexão. Mas quero acentuar que essas tendências das redes sociais – a virtualidade, o distanciamento, a superficialidade, a superfluidade do ser humano, a exposição narcísica, a ilusão de intimidade e popularidade, a “falação” e a “avidez de novidades”... – constituem o padrão de isolamento das relações pessoais. E quanto mais isolados, mais ficamos à mercê de controles e manipulações. Cada vez mais ameaçados na autoria do nosso destino pessoal e político.
Fonte: http://www.cartanaescola.com.br/single/show/250/a-ilusao-das-redes-sociais
quarta-feira, 22 de janeiro de 2014
A história da humanidade é marcada pela criação de ideias, de teorias, de concepções, que em muitos casos serviram e servem para promover a segregação, a inferiorização ou justificar uma série de atrocidades, preconceitos e violências ao longo da história.
Ao mesmo tempo, temos a luta de mulheres e homens, conhecidos internacionalmente ou anônimos, que buscam estratégias e formas de encontrar meios de resistir a opressão e suas ideias acabam ganhando força ao longo da história.
Importante nunca esquecermos que aquilo que criamos podemos desconstruir, especialmente estas concepções que somente servem para gerar dividir a humanidade de acordo com critérios que são criados por uma minoria para a maioria "aceitar" como verdade.
Que tenhamos sonhos sempre e lutemos por eles, que é o mais importante.
O sonho de Martin Luther King
Discurso proferido há 50 anos na Marcha de Washington tornou-se um marco na luta contra a segregação racista nos Estados Unidos.
Por: Celia Maria Marinho de Azevedo Publicado em 15/01/2014
Há 50 anos um simples broche de propaganda, distribuído pelos organizadores da então planejada Marcha de Washington, causou profunda apreensão no governo e na mídia dos Estados Unidos. Nele se via um caloroso aperto de mãos – uma negra, outra branca –, em clara manifestação de que norte-americanos descendentes de europeus e de africanos poderiam conviver amigavelmente em vez de continuar divididos pelos muros da segregação racista legalmente instituída.
O evento pretendia dar apoio a um projeto de lei de direitos civis que bania a discriminação em locais públicos, na educação e no emprego, encaminhado ao Congresso pelo próprio presidente John F. Kennedy. Mas o sonho de convivência integrada entre cidadãos negros e brancos projetava-se antes como pesadelo para o governo. O temor da presidência, então em mãos do Partido Democrata, era que a escalada da violência atingisse um ponto incontrolável, prejudicial para o futuro político de seus governantes e da tão aclamada democracia norte-americana em plena tensão da Guerra Fria contra o totalitarismo soviético.
O ano de 1963, que mal chegava à sua primeira metade, havia sido especialmente quente, com cerca de 900 manifestações antirracistas em mais de 100 cidades, mais de 20 mil prisões e ao menos 10 mortes. A princípio restritas aos estados sulistas, onde se implantara desde o final do século 19 um sistema formal de segregação racista nas escolas, nos transportes, nos hospitais, nos locais públicos em geral, as manifestações começavam a ganhar as cidades do norte, onde um racismo informal e encoberto agia nas mais diversas instituições e práticas sociais. Diante disso, Kennedy chegou a se reunir em junho com 30 líderes do movimento dos direitos civis para pedir o cancelamento da marcha, programada para daí a dois meses.
Mas Martin Luther King, Jr., ministro de uma igreja batista de Atlanta, Georgia, e doutor em teologia, então com 34 anos, já havia obtido reconhecimento entre bases e lideranças de que já não era mais possível esperar. Afinal, desde 1954, quando a Suprema Corte dos Estados Unidos julgara inconstitucional a segregação racista nas escolas, o movimento dos direitos civis lutava para assegurar o cumprimento da medida, além de pressionar no sentido da desmontagem de todo o sistema segregacionista. Entre as muitas batalhas, destaca-se aquela voltada para a dessegregação dos ônibus de Montgomery, Alabama. O estopim foi a prisão da costureira e militante do movimento Rosa Parks, que se recusou a ceder seu assento a um homem branco no fundo do ônibus, reservado às pessoas negras.
O boicote aos ônibus teve início em dezembro de 1955. A população negra preferia andar quilômetros a pé, todos os dias, a sofrer as humilhações de um transporte segregado. No início de 1956, já reconhecido como líder do movimento, o reverendo King foi preso, acusado de conspirar contra a normalidade “sem causa justa ou legal”. Quase um ano depois, a Suprema Corte considerou inconstitucionais as leis segregacionistas do transporte coletivo do Alabama.
Outra luta importante foi o movimento de ocupação pacífica das lanchonetes reservadas aos brancos. Iniciado por estudantes negros em Greensboro, Carolina do Norte, em fevereiro de 1960, logo se alastrou para outras localidades. Em 1963, o movimento atingiu o auge em Birmingham, Alabama, em meio a episódios de violência policial contra manifestantes, seguidos de nova prisão de King e de inúmeros militantes.
As fotos que circularam na mídia nacional e internacional contribuíram para firmar uma imagem vergonhosa da democracia norte-americana: policiais com cassetetes instigavam cães contra manifestantes negros, enquanto a Ku Klux Klan lançava bombas nas casas de líderes do movimento e cometia outras atrocidades contra pessoas negras. Muitas imagens apontavam a participação ativa de sulistas brancos na repressão, até de mulheres raivosas a xingar crianças negras na chegada a uma escola integrada. Algumas fotos mostravam jovens brancos divertindo-se em jogar sal e açúcar sobre a cabeça de jovens negros sentados em uma lanchonete cujos assentos eram “só para brancos”.
Um mar de rostos
Não é difícil, portanto, imaginar por que o discurso de Martin Luther King – “Eu tenho um sonho” –, proferido ao final da Marcha de Washington, em 28 de agosto de 1963, causou especial impacto nos cerca de 250 mil manifestantes e no público televisivo.
Do alto do Memorial de Lincoln, no ano do centenário da Proclamação de Emancipação dos escravos, assinada por aquele presidente em meio à Guerra Civil (1861-1865), King revelou o sonho que se projetava por trás do longo e sofrido percurso da luta pelos direitos civis. Nada mais que a concretização das aspirações históricas mais profundas da democracia norte-americana e de sua Declaração de Independência (4 de julho de 1776): o reconhecimento de que todos são iguais, com direito inalienável à liberdade e a uma justiça igualitária.
Inspirado por uma luta antirracista de que já participavam pessoas brancas e tendo diante de si um mar de rostos negros salpicado de rostos brancos, King desfiou seu sonho de liberdade, igualdade e fraternidade: “Tenho um sonho de que um dia... os filhos de ex-escravos e os filhos de ex-senhores sejam capazes de se sentar juntos à mesa da fraternidade. ...Tenho um sonho de que meus quatro filhos viverão um dia numa nação onde eles não serão julgados pela cor de sua pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. ...Tenho um sonho de que meninos negros e meninas negras poderão dar as mãos a meninos brancos e meninas brancas tal como irmãs e irmãos. Hoje eu tenho um sonho!”
Cabe notar a não referência à ideia de raças humanas, embora desde cedo ela tenha permeado a história dos Estados Unidos, a começar pela separação entre igreja negra e branca e pela proibição legal de casamentos ‘inter-raciais’. Nesse sentido, King começava a remar contra a corrente da história dos Estados Unidos, cuja obsessão em nomear a ‘raça negra’ estava presente até na linguagem de militantes antirracistas.
Nos poucos anos de vida que lhe restavam antes de ser assassinado em 4 de abril de 1968, King dedicou-se a causas sociais que abrangiam protestos contra a guerra do Vietnã e reivindicações de trabalhadores brancos e pobres. É que no seu sonho de paz e integração social só havia lugar para o mérito e talento de cada um – jamais para a cor da pele e aparência pessoal.
Celia Maria Marinho de Azevedo
Historiadora, professora aposentada da Universidade Estadual de Campinas
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2013/310/o-sonho-de-martin-luther-king
terça-feira, 21 de janeiro de 2014
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Muito bom este artigo. Resume bem a mentalidade que está se consolidando em nossa sociedade de tecnologias da informação e de realidades virtuais que tem seu lado positivo, sem dúvida, mas também possibilitam essas "violências" sem sentido por estarem nessa virtualidade. Vale a pena a leitura!
Violências de hoje
Por Bráulio Tavares - 20 de dezembro de 2013
Nunca pensei que redes sociais através de computadores despertassem, em pessoas que a gente presume civilizadas, e que muitas vezes conhece pessoalmente, esses picos de agressividade, de descortesia, de violência verbal. Pessoas se intrometem com-quatro-pedras-na-mão num bate-papo de desconhecidos, insultando a uns e outros que não concordam com os pontos de vista lá delas. Insultos e ofensas estouram quando menos se espera. Por que?
Geralmente se diz que a causa é a distância física e o anonimato. Comentar num blog nos dá a possibilidade de ofender alguém que dificilmente vai ter a chance de afundar nosso nariz com um soco, mesmo porque jamais saberá quem somos – estamos assinando aquilo com nomes tipo GrimRaper ou NecrófagoDeAluguel. Tipo assim. Deitamos e rolamos, e a possibilidade de rebordosa física (a única capaz de nos atingir, porque moralmente somos um simples vapor rarefeito) é remota.
Na “Carta Capital”, Luiz Gonzaga Belluzo escreveu algum tempo atrás: “Nos comentários da internet, vai ‘de vento em popa’ o que Herbert Marcuse chamou de ‘automatização psíquica’ dos indivíduos. Os processos conscientes são substituídos por reações imediatas, simplificadoras e simplistas, quase sempre grosseiras, corpóreas. Nesses soluços de presunção opinativa, a consciência inteligente, o pensamento e os próprios sentimentos desempenham um papel modesto. Convencidos da universalidade do seu particularismo, os internautas comentaristas distribuem bordoadas nos que estão no mundo exatamente como eles, só que do lado contrário.”
Isto me lembrou uma nota que li muitos anos atrás, de que na Suíça, país auto-controlado e politicamente correto, havia lugares onde o sujeito pagava uma taxa fixa, entrava numa sala e tinha ali uma imensidão de porcelanas baratas que ele podia sair arrebentando com uma barra de ferro. Depois de 50 minutos e mil francos suíços, o cara ia para casa repousado, descarregado, pacífico como um bebê Johnson. As redes sociais devem ter para alguns este mesmo efeito descarregador de tensões. O cara vai lá, arregaça, pontifica, esculhamba com meio mundo, e vai dormir. Seu único problema agora é que o ego não cabe na cama.
O passeio na web é uma viagem onde estamos rigorosamente sozinhos, diante de uma página colorida cheia de avatares, de bonecos. Tratamos esses bonecos de acordo com nossos impulsos mais íntimos, como nossa maneira em-bruto de ser. Há uma pergunta terrível que diz: “Do que você seria capaz, se tivesse certeza que ninguém nunca descobriria?”. A Internet parece perguntar: “Do que você seria capaz em público, se tivesse a ilusão de estar sozinho?” A resposta está aí.
Fonte: http://www.jornaldaparaiba.com.br/coluna/brauliotavares/post/23934_violencias-de-hoje
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